Gustavo Petro, presidente da Colômbia (Mauro Pimentel/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 8 de junho de 2025 às 12h06.
Última atualização em 8 de junho de 2025 às 14h23.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, vinha enfrentando vários problemas políticos no país nos últimos meses. Em meio a esta crise, houve um ataque a tiros contra o senador Miguel Uribe, no sábado, 7, de oposição. Uribe é pré-candidato à Presidência do país, que terá eleições em 2026, o que aumentou a pressão contra Petro.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cobrou publicamente o líder colombiano pelo ataque. "O presidente Petro precisa reduzir a retórica inflamada e proteger as autoridades da Colômbia", disse, em comunicado.
[Petro está no cargo desde agosto de 2022 e desde o começo de 2023 registra alta taxa de desaprovação. Em maio, 57% dos colombianos o desaprovavam, segundo o instituto Invamer Poll, citado pelo jornal El País.
O presidente tenta fazer várias reformas de peso no país, mas não conseguiu avanço no Congresso. Petro disse que as votações foram fraudulentas e tentou propor uma consulta popular sobre o tema, também barrada no Legislativo, em maio.
No fim de maio, milhares de pessoas atenderam a um chamado do governo e marcharam em diversas cidades do país para defender a iniciativa de referendo, mas a adesão foi menor que a esperada.
Na última terça-feira, 3, Petro voltou a defender a consulta popular e disse que iria convocá-la por decreto. O referendo traria 12 perguntas e seria realizado em julho ou agosto. O decreto, no entanto, ainda não foi assinado.
"Por que decreto a consulta popular? Porque jamais houve um conceito favorável no Senado da República. Eles trapacearam", assinalou o presidente na terça. Petro alega que o presidente do Senado, Efraín Cepeda, encerrou a votação sobre a convocação à consulta popular antes que todos os congressistas votassem.
Petro quer ampliar os direitos dos trabalhadores. O governo quer que a jornada de trabalho regular termine às 18h e não às 21h, como acontece atualmente, que certos trabalhos informais tenham acesso à previdência social e o estabelecimento de um fundo especial para garantir as aposentadorias dos trabalhadores rurais, entre outros.
Na saúde, ele deseja que a Colômbia produza medicamentos que compra de farmacêuticas estrangeiras, e reduza a participação de intermediários privados no sistema.
A oposição alega que o mecanismo de consulta popular é muito caro e tem como propósito iniciar uma campanha da situação com vistas às eleições presidenciais de 2026, nas quais, por lei, Petro não poderá buscar a reeleição.
Nos primeiros dias do governo Trump, Petro proibiu que dois aviões americanos que traziam colombianos deportados dos EUA pousassem na Colômbia, por considerar que os imigrantes estavam recebendo tratamento indigno. Em resposta, Trump ameaçou sanções contra a Colômbia e impor uma taxa de 25% sobre todos os produtos do país.
Após a reação americana, Petro recuou e os aviões americanos puderam pousar no país. O presidente foi recebê-los pessoalmente e disse que os imigrantes vieram sem algemas, como ele havia solicitado.
Com AFP.