Gabriel Galípolo: Brasil se diferencia muito positivamente do ponto de vista de atração de investimento (IanRassari/ Fórum Esfera Brasil)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 7 de junho de 2025 às 12h45.
Guarujá (SP)* - O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou neste sábado, 7, durante participação no Fórum Esfera, que o Brasil pode atrair investimentos de maneira significativa se conseguir sinalizar claramente para o mercado que tem compromisso com as contas públicas e com o crescimento da dívida do governo.
“Se [o Brasil] consegue dar uma sinalização de uma sustentabilidade mais positiva para o mercado, acho que, no ambiente que temos atualmente, o Brasil se diferencia muito positivamente do ponto de vista de atração de investimento, com todas as vantagens competitivas que nós temos”, disse.
Segundo ele, a sinalização do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de reduzir renúncias fiscais e buscar uma agenda de reformas estruturais "é uma ótima notícia”, além do diálogo em curso entre o governo o Legislativo.
“O mundo todo hoje tem um problema sério do ponto de vista da sustentabilidade da dívida [...] Nós tivemos uma grande crise, tivemos uma pandemia e tivemos conflitos geopolíticos, até uma guerra dentro da Europa. Tudo isso aumentou muito a expansão fiscal e a necessidade de endividamento por parte desses países”, afirmou.
Presente no mesmo painel, André Esteves, chairman e sócio do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), afirmou que o ajuste das contas públicas é essencial para o Brasil manter a geração de empregos, de renda e o crescimento econômico.
“O tempo [do ajuste fiscal e reformas estruturantes] chegou. O consenso chegou. Isso passa por coisas simples e estruturantes. Existe consenso político para isso”, disse.
De acordo com ele, o aumento de gastos pode trazer mais prejuízos para o país e o ajuste fiscal pode aumentar os investimentos, além da geração de riquezas no país.
“Investimento é vida. Gasto excessivo é morte”, completou.
O ajuste fiscal é essencial para o crescimento sustentado da economia, afirmou o CEO Itaú Unibanco, Milton Maluhy. Para ele, o endividamento público pode crescer três pontos percentuais por ano, caso nada seja feito.
Ele também afirmou que o arcabouço fiscal é insuficiente para garantir esse processo de ajuste necessário para estabilizar a dívida pública.
“Esse é um debate de pais. Social e fiscal andam de mãos dadas. A trajetória da dívida é uma preocupação constante. Fizemos uma conferência em Nova York e essa era a tônica de todas as conversas: endividamento e tendência”, finalizou.
*O repórter viajou a convite do Esfera Brasil.